segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Uma Discussão - Alimentação de Bettas


Olá!

Meu nome é  Daniel Brito 
essa é minha primeira postagem nesse blog, e venho por meio desta, ressaltar um ponto importante na criação de bettas, alimentação dos peixes...


À um tempo fiz uma discussão com criadores que conheço da minha região em São Paulo, e, Todos reconhecem que é um dos fatores mais importantes, que deve ser observado, quando se deseja produzir animais de qualidade.

Originalmente o peixe betta se alimenta, na maioria das vezes de presas vivas, e assim pode ser considerado no grupo dos carnívoros, possuindo, portanto, o trato digestivo curto significando que possui uma digestão rápida.

É importante que saibamos que a nutrição ocorre no momento em que o bolo alimentar está sendo oferecido à mucosa intestinal. Os nutrientes são levados ao sangue através de pequeníssimos filamentos chamados microvilosidades. O produto resultante da digestão (lipídios, proteínas, carboidratos, etc.) passa através de um fino epitélio e alcança o sangue. Por esses micro-canais os nutrientes são levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líquido intersticial que banha as células.

Estudos recentes revelaram que a maioria dos peixes ornamentais não consegue metabolizar mais do que 36% de proteínas, assim uma alimentação com altos valores protéicos exigirá, também, a geração de um grande valor de energia, bem como uma grande produção de enzimas digestória.

Como vimos, o betta tem um período de digestão muito pequeno, assim, se ele for alimentado excessivamente, o excesso que o animal não metaboliza será excretado, quase que in natura, levando, inclusive, parte das enzimas digestórias produzidas no processo. Este produto em contato com a água estará originando os famosos "compostos nitrogenados" (nitrito -> nitrato -> e amônia) prejudiciais à saúde dos bettas e inibidores do seu crescimento.

A título de curiosidade, vale relatar que estudos realizados, em laboratório (laboratório de Biologia Unisuam 2006), evidenciaram anomalias morfológicas no trato gastro-intestinal de várias espécies de peixes ornamentais - inclusive do betta - alimentados com ração granulada, produzida, originalmente, para outras espécies de peixes (carpas, truta, tilápia etc).
Convém ressaltar, também, que o betta é um caçador nato. Se observarmos o alevino de betta se alimentando de um náuplio de artêmia salina; verifica-se que ele persegue o náuplio, prepara o ataque, encolhendo o corpo e recolhendo a cauda e dispara o bote. Com o passar do tempo o betta de cativeiro perde esta característica de caçador porque os alimentos que oferecemos, geralmente na forma inanimada, não necessitam serem caçados. Mesmo assim muitos bettas ainda preservam o procedimento característico da espécie de dar o bote no alimento.

Então como seria a melhor maneira de alimentarmos nossos bettas?

No meu entendimento não existe uma regra única. Cada criador tem a sua maneira de alimentar os seus peixes e acha que é a melhor. Alguns guardam seus menus como segredos "debaixo de sete chaves".
Como citamos no início, o betta originalmente se alimenta de presas vivas, por isso - biologicamente - entendo que a melhor forma de alimentarmos este animal seria com alimentos que se aproximassem o máximo daqueles que ele encontraria na natureza, assim, o alimento vivo deve fazer parte imprescindível da sua dieta.
Alimentos gordurosos devem ser evitados, pois, geralmente, levam os bettas a um estado de obesidade podendo inclusive levá-lo à letargia. A obesidade no macho dificulta o acasalamento e nas fêmeas diminui e até inibi a procriação.

Então que tipo de alimento devemos oferecer aos nossos bettas?

Como não conhecemos as necessidades nutricionais do peixe betta, pois elas são específicas para cada espécie, para cada linhagem e até para cada indivíduo e como não conhecemos também os valores nutricionais dos alimentos que utilizamos, sugere-se, então, que o arraçoamento seja bastante diversificado, pois, assim teremos mais chance de acertar.
A seguir relaciono vários tipos de alimentos que poderão ser utilizados diariamente, ressaltando que neste item não se deve economizar sendo importante comprar rações ou utilizar produtos de ótima qualidade.
  • Rações industrializadas: No mercado pet existe uma gama de rações específicas para os bettas. Compre as melhores, diversifique as marcas e ministre-as alternadamente.
  • Alimentos vivos: artêmia salina adulta viva, larvas de mosquitos (vivas ou congeladas), tubifex (de preferência o liofilizado), minhocas vermelhas da Califórnia (cortadas em pequenos pedaços ou seus filhotes vivos com até 1,5 cm de comprimento), daphnia, blood worms, enquitréias e microvermes.
  • Rações caseiras: raspas de camarão (raspados sem casca), patês caseiros (de fígado de boi, coração de boi, etc.)

E a maioria dos criadores como estão alimentando os seus bettas?
Para melhor ilustrar este artigo consultei vários criadores amigos meus que conheço, todos muito conceituados pela performance de seus peixes e a seguir descrevo o padrão de alimentação utilizado por eles, concluindo que é possível atingir bons resultados utilizando caminhos distintos:

  • Robert Plata
    • Alevinos: Alimento três vezes ao dia, revezando com microvermes e náuplios de artêmia salina. Em caso de falha na produção de náuplios utilizo gema de ovo cozida pulverizada, diluída em água e gotejada sobre os alevinos.
    • Juvenis: São alimentados duas vezes ao dia. A partir de vinte dias começo a ministrar artêmia salina congelada e vermes de grindal, gradativamente. Uso ração pulverizada a partir dos trinta dias, com o acréscimo de patês, daphnias, enquitréias, raspas de coração de boi congelado.
    • Adultos: São alimentados uma ou duas vezes por dia, da seguinte forma: ração seca, patê, artêmia congelada ou blood worm e logo após coloco daphnias. As daphnias permanecem vivas por bastante tempo e os peixes as comem durante todo o dia. Quando consigo larvas de mosquito, dou preferência a elas.
  • Cilas Miranda:
    • Alevinos: Alimento uma ou duas vezes por dia, uma dieta de náuplios de artêmia e microvermes, geralmente náuplios de manhã e microvermes à tarde. 
    • Juvenis: alimentação idêntica a dos alevinos sendo que a partir de um mês complemento com ração esfarelada de boa qualidade. Ministro os náuplios até três ou quatro meses.
    • Adultos: Alimento no máximo duas vezes ao dia. Ministro ração granulada , artêmia congelada e blood worms esporadicamente. A base da alimentação é a ração granulada.
  • Roseanne Fernandes:
    • Alevinos: alimento duas vezes ao dia.
    • Juvenis: alimento duas vezes ao dia.
    • Adultos: alimento duas vezes ao dia, com um dia de jejum por semana.
  • Daniel Brito - eu *-*:
    • Alevinos: Os vinte primeiros dias alimento três vezes ao dia, revezando náuplios de artêmia salina e microvermes. Com 20 dias os alevinos vão para o tanque,
    • Juvenis: alimento duas vezes ao dia revezando: daphnias, ração granulada e larvas de mosquitos.
    • Adultos: alimento duas vezes ao dia revezando: daphnias, ração granulada e larvas de mosquitos.
Embora a literatura especializada sugira que os alevinos sejam alimentados entre cinco a sete vezes ao dia, os juvenis quatro a cinco vezes por dia e os adultos três vezes ao dia, como vimos, cada um dos criadores citados apresentou uma metodologia distinta para alimentar os seus peixes.
Por oportuno, convém ressaltar, também, que além da alimentação apropriada, parâmetros como a qualidade da água, a quantidade e a qualidade de luz, são importantíssimos para a obtenção de animais de boa qualidade.

Abraço a todos e Bem Vindos ao Blog!

Um comentário:

  1. Simplesmente adorei esse post, possuo algumas duvidas qto a período que ele leva para defecar, pois acredito que o meu esteja com prisão de ventre, se vc tiver como me ajudar segue meu email cibele.degrazia@gmail.com Desde já agradeço.

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