Olá!
Meu nome é Daniel Brito
essa é minha primeira postagem nesse blog, e venho por meio desta, ressaltar um ponto importante na criação de bettas, alimentação dos peixes...
À um tempo fiz uma discussão com criadores que conheço da minha região em São Paulo, e, Todos reconhecem que é um dos fatores mais importantes, que deve ser observado, quando se deseja produzir animais de qualidade.
Originalmente o peixe betta se alimenta, na maioria das vezes de presas vivas, e assim pode ser considerado no grupo dos carnívoros, possuindo, portanto, o trato digestivo curto significando que possui uma digestão rápida.
É importante que saibamos que a nutrição ocorre no momento em que o bolo alimentar está sendo oferecido à mucosa intestinal. Os nutrientes são levados ao sangue através de pequeníssimos filamentos chamados microvilosidades. O produto resultante da digestão (lipídios, proteínas, carboidratos, etc.) passa através de um fino epitélio e alcança o sangue. Por esses micro-canais os nutrientes são levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líquido intersticial que banha as células.
Estudos recentes revelaram que a maioria dos peixes ornamentais não consegue metabolizar mais do que 36% de proteínas, assim uma alimentação com altos valores protéicos exigirá, também, a geração de um grande valor de energia, bem como uma grande produção de enzimas digestória.
Como vimos, o betta tem um período de digestão muito pequeno, assim, se ele for alimentado excessivamente, o excesso que o animal não metaboliza será excretado, quase que in natura, levando, inclusive, parte das enzimas digestórias produzidas no processo. Este produto em contato com a água estará originando os famosos "compostos nitrogenados" (nitrito -> nitrato -> e amônia) prejudiciais à saúde dos bettas e inibidores do seu crescimento.
A título de curiosidade, vale relatar que estudos realizados, em laboratório (laboratório de Biologia Unisuam 2006), evidenciaram anomalias morfológicas no trato gastro-intestinal de várias espécies de peixes ornamentais - inclusive do betta - alimentados com ração granulada, produzida, originalmente, para outras espécies de peixes (carpas, truta, tilápia etc).
Convém ressaltar, também, que o betta é um caçador nato. Se observarmos o alevino de betta se alimentando de um náuplio de artêmia salina; verifica-se que ele persegue o náuplio, prepara o ataque, encolhendo o corpo e recolhendo a cauda e dispara o bote. Com o passar do tempo o betta de cativeiro perde esta característica de caçador porque os alimentos que oferecemos, geralmente na forma inanimada, não necessitam serem caçados. Mesmo assim muitos bettas ainda preservam o procedimento característico da espécie de dar o bote no alimento.
Então como seria a melhor maneira de alimentarmos nossos bettas?
No meu entendimento não existe uma regra única. Cada criador tem a sua maneira de alimentar os seus peixes e acha que é a melhor. Alguns guardam seus menus como segredos "debaixo de sete chaves".
Como citamos no início, o betta originalmente se alimenta de presas vivas, por isso - biologicamente - entendo que a melhor forma de alimentarmos este animal seria com alimentos que se aproximassem o máximo daqueles que ele encontraria na natureza, assim, o alimento vivo deve fazer parte imprescindível da sua dieta.
Alimentos gordurosos devem ser evitados, pois, geralmente, levam os bettas a um estado de obesidade podendo inclusive levá-lo à letargia. A obesidade no macho dificulta o acasalamento e nas fêmeas diminui e até inibi a procriação.
Então que tipo de alimento devemos oferecer aos nossos bettas?
Como não conhecemos as necessidades nutricionais do peixe betta, pois elas são específicas para cada espécie, para cada linhagem e até para cada indivíduo e como não conhecemos também os valores nutricionais dos alimentos que utilizamos, sugere-se, então, que o arraçoamento seja bastante diversificado, pois, assim teremos mais chance de acertar.
A seguir relaciono vários tipos de alimentos que poderão ser utilizados diariamente, ressaltando que neste item não se deve economizar sendo importante comprar rações ou utilizar produtos de ótima qualidade.
- Rações industrializadas: No mercado pet existe uma gama de rações específicas para os bettas. Compre as melhores, diversifique as marcas e ministre-as alternadamente.
- Alimentos vivos: artêmia salina adulta viva, larvas de mosquitos (vivas ou congeladas), tubifex (de preferência o liofilizado), minhocas vermelhas da Califórnia (cortadas em pequenos pedaços ou seus filhotes vivos com até 1,5 cm de comprimento), daphnia, blood worms, enquitréias e microvermes.
- Rações caseiras: raspas de camarão (raspados sem casca), patês caseiros (de fígado de boi, coração de boi, etc.)
E a maioria dos criadores como estão alimentando os seus bettas?
Para melhor ilustrar este artigo consultei vários criadores amigos meus que conheço, todos muito conceituados pela performance de seus peixes e a seguir descrevo o padrão de alimentação utilizado por eles, concluindo que é possível atingir bons resultados utilizando caminhos distintos:
- Robert Plata
- Alevinos: Alimento três vezes ao dia, revezando com microvermes e náuplios de artêmia salina. Em caso de falha na produção de náuplios utilizo gema de ovo cozida pulverizada, diluída em água e gotejada sobre os alevinos.
- Juvenis: São alimentados duas vezes ao dia. A partir de vinte dias começo a ministrar artêmia salina congelada e vermes de grindal, gradativamente. Uso ração pulverizada a partir dos trinta dias, com o acréscimo de patês, daphnias, enquitréias, raspas de coração de boi congelado.
- Adultos: São alimentados uma ou duas vezes por dia, da seguinte forma: ração seca, patê, artêmia congelada ou blood worm e logo após coloco daphnias. As daphnias permanecem vivas por bastante tempo e os peixes as comem durante todo o dia. Quando consigo larvas de mosquito, dou preferência a elas.
- Cilas Miranda:
- Alevinos: Alimento uma ou duas vezes por dia, uma dieta de náuplios de artêmia e microvermes, geralmente náuplios de manhã e microvermes à tarde.
- Juvenis: alimentação idêntica a dos alevinos sendo que a partir de um mês complemento com ração esfarelada de boa qualidade. Ministro os náuplios até três ou quatro meses.
- Adultos: Alimento no máximo duas vezes ao dia. Ministro ração granulada , artêmia congelada e blood worms esporadicamente. A base da alimentação é a ração granulada.
- Roseanne Fernandes:
- Alevinos: alimento duas vezes ao dia.
- Juvenis: alimento duas vezes ao dia.
- Adultos: alimento duas vezes ao dia, com um dia de jejum por semana.
- Daniel Brito - eu *-*:
- Alevinos: Os vinte primeiros dias alimento três vezes ao dia, revezando náuplios de artêmia salina e microvermes. Com 20 dias os alevinos vão para o tanque,
- Juvenis: alimento duas vezes ao dia revezando: daphnias, ração granulada e larvas de mosquitos.
- Adultos: alimento duas vezes ao dia revezando: daphnias, ração granulada e larvas de mosquitos.
Por oportuno, convém ressaltar, também, que além da alimentação apropriada, parâmetros como a qualidade da água, a quantidade e a qualidade de luz, são importantíssimos para a obtenção de animais de boa qualidade.
Abraço a todos e Bem Vindos ao Blog!
Simplesmente adorei esse post, possuo algumas duvidas qto a período que ele leva para defecar, pois acredito que o meu esteja com prisão de ventre, se vc tiver como me ajudar segue meu email cibele.degrazia@gmail.com Desde já agradeço.
ResponderExcluir